EPISÓDIO 14 – ATRAÇÃO
Ainda fiquei
olhando alguns segundos para cara do tal sujeito, como mesmo era o nome dele? Orfeu. Depois da pergunta ele me
observou de modo malicioso e confesso que não me senti incomodada, havia algo
em seu olhar me deixava curiosa e com certeza eu queria matar minha
curiosidade, então o vejo assentindo com cabeça, pego minha bolsa e me dirijo
até o banheiro, deixando a porta entreaberta propositalmente.
Aquele desgraçado conseguiu me deixar dolorida.
Largo a bolsa
no chão e vou me despindo até chegar ao chuveiro. E irônico pensar no encontro
entre os assassinos da cidade. Solto um riso. Fecho os olhos, respiro fundo e
deixo que a água quente passeie por mim, havia alguns hematomas pelo meu corpo,
aquela força toda seria bem útil para outras situações, é uma pena que ele
tenha que morrer.
Ele para na
porta aberta segurando uma toalha e observa meu corpo completamente nu, olho
nos olhos dele e sorrio.
– Você não
deveria fazer isso na casa de estranhos... De qualquer forma, sinto muito pelos
machucados Susan. – ele parece estar muito confuso.
– Com certeza
eu não deveria fazer o que eu faço. – Desligo o chuveiro e ele joga a toalha
para mim, me enxugo e me enrolo. – Em primeiro lugar, não me chamo Susan, e em
segundo, lembre-se Orfeu, eu sou tão má quanto você.
– Eu sei
disso, é que você realmente se parece com alguém do meu passado. Seja na luta
seja na aparência, você me lembra muito ela...
Fico curiosa,
desejo saber até onde vai a possível insanidade daquele sujeito. Ele continua
parado olhando para mim e até que é engraçado ver alguém tão poderoso sendo tão
indiferente.
- E o que ela
era? Um caso mal resolvido ou um algum familiar?
- Um caso que
terminou em um trágico acidente.
- Sente falta
dela? – me aproximo de onde o sujeito estava, mas Orfeu dá um passo para trás e
continua:
- Não sei o
que significa “sentir falta”, mas creio que sim, eu nunca tive a chance de passar
mais algum tempo com ela.
-
Interessante... – Orfeu parece estar muito perturbado com aquilo tudo, resolvo
então mexer ainda mais com a cabeça dele – E se eu te dissesse que eu sou essa
tal Susan?
Orfeu fecha os
olhos e ri sarcasticamente.
- Então eu
diria que estou realmente louco e...
Chego perto de
seu ouvido e sussurro como se lhe contasse um segredo:
– Então faça
de mim a sua Susan. – Essa foi à
deixa que ele precisava para me carregar dali.
Assim usando
de sua força, ele me pega forte pelo braço e me joga em sua cama, o impacto
causado em minhas costas doloridas me fez gemer, e pude ver o sorriso se formando
em seus lábios. Então ele começa a se despir, levanto-me com a intenção de
ajuda-lo e tocar em seu corpo, mas com um único empurrão sou jogada na cama
novamente, então ele me olha de forma que me senti intimidada. Confesso que
esse jeito dele me excita, observo seu corpo sendo despido lentamente deixando
a mostra sua pele morena marcada por cicatrizes antigas. Eu vou para a cama com
um assassino.
Ele não me
dirige mais nenhuma palavra, de alguma forma eu queria saber o que ele estava
pensando, mas ele só abre minhas pernas com força, me puxa pelo cabelo e me
beija. O toque de seus lábios macios me distrai e me fazem, por alguns
segundos, não pensar em nada. Suas mãos apertam minhas coxas, e ele me invade.
Sinto seu corpo quente sobre o meu, já não me lembrava de mais a sensação de
ser penetrada por um homem de verdade, e eu gemia, gemia alto, até que ele para
e me encara mordendo os lábios e ordena:
– De quatro. –
Só conseguia fitar e desejar cada centímetro de seu corpo. – Você não me
ouviu? Eu mandei você ficar de quatro. – Sua voz imponente me arrepiava.
Obedeci. E a cada bombada meu corpo
só queria mais e mais. A atividade rendeu por horas, até minha completa exaustão
e eu apaguei.
Horas depois...
– Victória. –
Lá estava Beatriz, novamente suja de sangue, roupas encharcadas e olhar de
vingança. Ela caminhava em minha direção tendo em uma de suas mãos a minha faca
ainda suja de sangue. – Você precisa matá-lo. – Estávamos num local escuro e um
único fio de luz iluminava Beatriz. – Ele é um assassino e ele sabe sobre você,
você precisa matá-lo antes que ele te mate. Você foi frágil, deixou que ele te
tocasse e agora ele vai matá-la. Mate-o.
Acordo
como num susto. Ela tinha razão. Preciso matá-lo. Eu estava sozinha no quarto,
então deslizei pela cama e fui em silêncio até o banheiro recuperar a faca que
estava em minha bolsa, eu sabia que ele era rápido, ágil e forte, eu precisava
fazer isso logo. Movi-me pela casa, mas ele não estava mais, eu, simplesmente,
estava numa casa sozinha e do meio do nada e não sabia como sair de lá.
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