Conto Original de: Anderson Rodrigues
“Essa é uma história que escrevi há certo
tempo. Não estava totalmente escondida, está em um “livro” com quatro contos que
escrevi chamado ‘Quando a noite chama’, e postei no Kindle. Enquanto olhava no
meu computador encontrei esse livro, e peguei dois contos. Não os classifico
como os melhores do livro, mas lembro de que gostei de escrevê-los.
O livro obviamente não foi sucesso, mas
consegui alguns trocados com ele, o que me surpreendeu, porque foi postado com
capa simples, e admito, sem correções, sem edições, o que pode também ter
influenciado para outros possíveis leitores. Ainda tenho que conseguir o hábito
de corrigir meus textos e editá-los. Ainda conseguirei isso. HA-HA.
E lembrem-se: a loucura pode estar naquilo onde menos
imaginamos”
Essa história que venho lhes confessar
aconteceu algum tempo atrás. Sobre uma mulher que amei, e que amo até hoje, e
por causa dela, fui banido do reino, por causa dela, hoje estou em desgraça, e
ao final disso, pretendo ir de encontro a ele, e daquele que ela escolheu amar.
Tudo começou em novembro de 1989, quando tive
a missão de salvar uma jovem mulher que estava a ponto de cometer um suicídio,
ela já estava no parapeito, pronta para pular, era algo como uma desilusão
amorosa, se não me falho a memória. Um pouco antes de ela pular eu a chamei, eu
estava sentado no chão, olhando para ela, ela estava de costas para a rua, e de
frente para mim, mas ainda sim, não conseguia me ver. O nome dela era Soraya,
tinha 28 anos, tinha descoberto a traição do noivo com sua irmã. Naquele
momento eu sabia que ela estava devastada, mas juro em nome do Senhor, que não
entendo o coração humano, mas entendia que ela tinha um coração puro. Ela era
uma jovem linda, embora tivesseem seu rosto algumas marcas causadas por acnes,
óculos grandes, cabelo cor de ferrugem e não muito bem cuidado, ela era linda,
só estava devastada pela descoberta que no momento era recente e pela
bebedeira.
- Se eu fosse você eu não pulava moça. – Eu
disse a ela, ela deu um grito, e me olhou com uma cara de que eu estava falando
as coisas erradas.
- E quem é você, seu monte de merda? – Achei
ofensivo o que ela disse, mas ela não sabia quem eu era, então não poderia falar algo sobre isso.
- Só estou aqui para não deixá-la fazer isso.
Desça daí. – Certo, eu tinha preguiça para com os humanos, eram cheios das
bêncãos, mas ainda sim, arrumavam desculpas para viverem na penunbra.
Ficamos nos olhando um bom tempo, e já tinha
bastante gente embaixo do prédio, olhando quase cegos por conta do sol a moça
que estava prestes a pular. Me levantei e fui em direção a ela, estava com as
mãos baixas, se eu quisesse, eu já poderia ter tirado-a daquele lugar e dado
uma bela lição de moral nela. Mas suicidas me causavam cansaço, e justo eu,
cheio dos pecados.
- Moça, desce. Vamos conversar.
- Conversar? Eu não quero papo com ninguém,
ainda mais com um intrometido como você. Cai fora! - Lembro que ela gritava, e quando gritava,
fechava os olhos, e ainda não descobri o motivo, mas arrisco dizer que era para
fugir do lugar e deixar uma Soraya mais nervosa no lugar.
Eu apenas corri e a tirei do lugar, não estava
mais a fim de conversar e convencê-la que estaria cometendo um erro. Mas o erro
foi ter olhado nos olhos dela, os olhos fundos e infantis, a trsiteza que
aqueles olhos exalavam. Senti algo por ela, me vi amando-a, algo até então,
dito como improvável em nosso meio. Senti também que ela estava com algo em
mente sobre eu. Quando vi, estavamos nos beijando, e como o beijo era bom, o
gosto da boca dela. Foi o primeiro gosto que senti em minha vida. Mas também
foi a primeira dor, ela me deu um belo tapa no rosto, e começou a desferir
certas palavras sobre mim. Algo como “aproveitador”, para deixar mais tranquila
a frase dela.
A partir dali, foram semanas duras, eu
tentando ao menos ser amigo daquela mulher, e ela me pedindo para deixá-la em
paz, que eu já havia feito muito para estragar a vida dela. Mas em pouco tempo,
ela foi aceitando minha presença, minha amizade e meu amor. Tive com ela alguns
meses depois minha primeira relação sexual. Vi o pecado que cometi. Mas o amor
por ela era mais forte, e meu chefe naquele momento entenderia a situação.
Até que certo momento entrou um certo cara na
história, ele tinha um belo andar, uma bela voz, um sorriso e um olhar
encantador. Percebi que Soraya havia se interessado nele, e eu perguntei isso a
ela, e ela falava que eu estava louco, vendo coisas, e mesmo que tivesse não
era do meu interesse, afinal, eu era apenas o amigo dela. Em pouco tempo eu via
os dois juntos, sorriam, ficavam sozinhos no quarto dela. Eu até tentava provocar
ciúmes nela, mas ela não ligava, dizia estar feliz por eu estar saindo com
alguém, aquilo me destruia por dentro.
Até que um dia eu cheguei no apartamento dela
e encontrei roupas jogadas no chão, e ao abrir a porta eles estavam transando,
ela estava nua em cima dele, e eu fiquei ali, parado, observando tudo, todos os
detalhes. Senti naquele momento o que era um coração partido de verdade, até
porque, eu alimentava a esperança de tê-la um dia. Quando ele me viu parado na
porta e apontou para ela com a cabeça, e ela me viu lá parado.
- Ricardo. – Gritava ela, escondendo os seios.
- O que você está escondendo? Eu já os vi
lembra? – Eu gritei de volta, sem pensar no que estava dizendo. Vi naquele
momento que eu agora era realmente um humano. Odiava como um.
- Cara, acho melhor você ir embora. – Dizia
ele. Por falar nisso, o nome dele é Charlie, ou pelo menos é esse nome que
lembro pertencer a ele.
Soraya levantou correndo, exibindo um belo
corpo nu e uma bela tatuagem na virilha, me empurrou e fechou a porta, gritou
do outro lado para eu ir embora. Eu apenas fechei as mãos, serrei os punhos. Vi
pelo outro lado da porta que ela estava rindo, embora provavelmente ela não
estava, eu ouvia os risos deles, e em seguida os gemidos dela.
Pouco tempo depois, soube por uma aliança no
dedo dela que eles iriam se casar. A vi em um café sozinha, queria conversar
com ela, me desculpar, embora soubesse que seria uma mentira gritante meu
singelo pedido.
- Olá, Soraya. – Cheguei por trás dela,
encostando no balcão em que se fazia os pedidos e que ela também estava
encostada.
- Ricardo? – Vi ela tentando esconder a aliança.
- Quanto tempo, não é verdade? – Disse para
disfarçar.
- Verdade. Como você está? – Ainda escondia a
aliança.
- Estou ótimo, trabalhando muito, preenchendo
o espaço vazio deixado – nesse momento eu exitei, pra falar a verdade. Eu quase
me lamentei para a mulher que amava. – pela Sonia, ela faleceu. – Foi o melhor
nome que pensei na hora em dizer para ela, e só saiu Sonia porque quase saiu
Soraya.
- Serio? Você estava com alguém? – Dessa vez
ela tirou a mão que escondia a aliança e colocou-a no meu ombro, pegou o café.
- Sim, e você, ainda com o Charlie? – Tentava
disfarçar que não tinha visto a aliança, precisava fazer isso.
- Sim, estamos juntos, e ele tem viajado
bastante. Tem mais ou menos duas semanas que não o vejo, e nos falamos bem
rápido pelo telefone. – Pela primeira vez na conversa, vi que minha mentira
sobre a morte de Sonia veio a acalhar. Ela tirou a aliança por baixo da mesa em
que sentamos, tenho certeza disso.
A conversa foi fluindo normalmente, eu fiz meu
pedido de desculpa, a acompanhei nas compras que ela iria fazer, a ajudei a
levar as coisas para a casa. Naquele momento ela morava em uma casa, e não em
um apartamento de apenas um quarto.
Confesso que imaginei ela me atacando e
tirando a roupa, mas o que ela fez, foi me dizer que estava noiva, que pensou
em me chamar para o casamento mas eu parecia não ter aceitado aquilo tudo, me
entregou o convite e com um sorriso cínico aceitei o convite. Mas queria mesmo
era ter fodido ela em cima da cama deles.
Chegou o dia do casamento deles, ela estava
linda, bem mais linda que o dia que a conheci. Eu a buscava nas lojas, ajudei a
escolher vestido, e em nenhum momento consegui transar com ela e arrancar
Soraya daquele cara. Até o dia do casamento não tinha visto Charlie, e nem
sabia quem eram seus familiares, Soraya não contava, só disse uma vez que a sogra
era mais difícil que o sogro, e que ele teria puxado a beleza da mãe, e a
inteligência do pai, mas não no sentido de que a sogra era burra demais, longe
disso. Soraya não era assim.
No momento do casamento, Soraya chorava, e eu
ainda estava longe de aceitar que havia perdido o amor da minha vida. Vi o porquê
o ex-noivo dela a traiu com a irmã. Samantha era a cópia mais jovem de Soraya.
A mãe de Charlie era linda também, alta, seios enormes e empinados, cabelo liso
e negro como a noite; o pai era alto, manco, e tinha os olhos azuis quase
negros, e Charlie havia puxado isso do pai. Mas tinha algo de diferente nos
pais dele, e consegui ver o que era, e percebi que eu era o único, mas deixei
de lado, insistia em dizer que era loucura o que estava vendo.
Na festa que ocorreu depois do casamento, me
apresentei primeiramente a mãe do noivo. Uma bela voz, excitantemente bela, era
algo completamente exagerado. O toque suave que ainda me faz arrepiar ao pensar
nisso, parecendo até que ela está ao meu lado. Mas a conversa não durou muito,
pois Soraya queria me apresentar a irmã, e ao olhar para trás vi outro jovem
com a sogra de Soraya. Nunca mais aquele rapaz foi visto, e eu fui o último a
vê-lo, e tenho certeza que o pai de Charlie e o próprio noivo também foram os
últimos, e eles de alguma forma, sabiam o que havia acontecido. O mais estranho
disso foi que a mãe dele apareceu bem mais jovem, mais vívida, bem mais linda.
Não posso reclamar daquela festa, eu consegui
experimentar o doce mel de Samy, e pude entender um pouco o que o ex noivo de
Soraya passou, para uma jovem de vinte anos, ela tinha uma energia e experiência
fora do comum. Amei a experiência.
Eles ainda não tinham um filho, mesmo depois
de um ano de casamento, e em algumas conversas, Soraya se queixava por isso e
dizia achar que Charlie estaria com outra, eu pela primeira vez me vi do lado
daquele cara, estava protegendo-o, e ao mesmo tempo querendo tirar a roupa de
Soraya, mas isso quem fez foi ela. No abraço que dei, ela encostou o rosto no
meu, eu fechei os olhos porque tudo girou, senti um frio na barriga, e
começamos a acariciar uma o outro com o rosto, quando dei por mim estavamos nos
beijando, minha mão em sua cintura, a outra em sua nuca, tinha encostado-a na
parede e levantado um de seus braços, prendendo-a. No fim do sexo Soraya
chorava com culpa, e me senti culpado por ter feito ela se sentir daquela
forma. Mas estava feliz por ter plantado a duvida na cabeça dela.
- Soraya, você está bem? – Perguntei a ela já
sabendo que não.
- O que você acha? Traí meu marido com meu
amigo, e o pior de tudo, eu de certa forma te usei. – Admito que essa fala dela
me persegue até hoje.
- Como assim me usou?
- Eu precisava de colo, e eu não queria
transar com qualquer um da rua, então foi você mesmo.
Naquele momento eu odiei, eu senti o mundo
rodar como nunca, blasfemei em pensamento, e apenas levantei coloquei minha
roupa, olhei para ela em sua cama e saí. Tinha conseguido afinal, transar na
cama deles, mas não teve a consequência esperada. De lá, fui para o mesmo
prédio que a conheci, me peguei recordando tudo, a forma que a encontrei,
porque eu tive que protegê-la, e comecei a perguntar ao meu chefe o porquê ele
teria me abandonado. Até que veio Gabriel.
- Marcus, pare com isso. Você escolheu isso.
- Eu escolhi?
- Sim, você já começou sua missão de forma
errada. Depois mentiu seu nome, mesmo que ela não ligasse Marcus ao arcanjo,
você mentiu. O Senhor não te abandonou, ele te vigia sempre. Você que abandonou
ele.
- Só uma pergunta. Quem é o Charlie?
- Eu só posso dizer que você perdeu o coração
de Soraya para o inimigo, e ela sabe quem é Charlie e quem são seus pais!
- Então, eu pensei certo? Ele é filho deles?
- Sim!
De repente acordei no meu quarto, em minha
cama, segurando uma garrafa de uísque, e um cigarro apagado na minha boca.
Tinha também uma prostituta no chão. Ao entrar no quarto, vi uma fita amarrada
no meu braço, furos, vi algo parecido com pó na mesa, tentei me lembrar o que
aconteceu, e lembrei que não tinha tido conversa nenhuma com Gabriel, não tinha
ido a prédio, isso foi em sonho, na realidade. Antes de sonhar, cheirei, fumei,
bebi, injetei e transei. E tive mais uma vez a prova de que eu estava sozinho
no mundo, e que eu já não era mais um anjo enviado para cuidar de Soraya. Havia
perdido a mulher da minha vida para um demônio, e eu mataria ele, antes que
matasse Soraya.
Eu sumi por um certo tempo da vida dela,
estava doente, e ainda estou, tudo por conta daquela noite com a prostituta.
Antes um anjo, agora um humano em setença de morte por causa de uma doença e
por julgamento do homem.
Depois de certo tempo sumido, reapareci e vi
Soraya, com uma criança, ela me viu e me chamou, eu não queria pela primeira
vez tê-la visto.
- Ricardo. Por onde andou? – Eu de início não
quis falar, minha voz estava fraca por conta dos cigarros e da porcaria da
doença.
- Viajando. – Ao falar, percebi a surpresa no
rosto dela, não pelo que disse e sim como disse.
- Você está doente?
- Acho que sim, mas já estive pior, estou
melhorando! – Mais uma mentira contada a ela.
- Eu quero que conheça meu filho, Felipe.
Felipe era uma criança linda, gordinha, olhos
azuis como os do pai.
- Olá Felipe! – Quando abaixei para falar com
ele, Soraya o tomou nos braços e me olhou horrorizada. – O que houve, Soraya?
- Essa mancha em seu pescoço. Você, nunca mais
chegue perto de meu filho seu imundo! – Ela gritou no meio da praça, as pessoas
me olhavam, até porque ela saiu correndo aos berros “Ele foi marcado, não
cheguem perto!”, pela primeira vez, não reconheci Soraya.
A vergonha imposta por ela me abalou
fisicamente, em poucos dias eu perdi mais ou menos dez quilos. Fiquei isolado
em casa, plantando o ódio contra Soraya e sua família. A campainha tocou e era
Charlie, decidi não atendê-lo.
- Por que não abriu a porta pra mim, Ricardo? Ele
estava dentro do meu apartamento escuro, e senti medo de um demônio pela
primeira vez.
Eu não o respondi e vi em seus olhos que ele
sabia que eu não responderia.
- Pois bem, te dei essa doença porque descobri
que transou com minha esposa, ela me contou. Sabe o que fiz? Nada, não fiz nada
porque a amo. – Ele começou a chorar, e pela primeira vez via isso. Ainda mais
dizer que ama alguém, me neguei a acreditar, mas hoje vejo ser verdade. – Nunca
mais chegue perto de minha família. Esqueça a Soraya, esqueça Felipe. Esqueça
todos nós e morra em paz, para o seu bem, e quem sabe pedirei ao meu pai para
te devolver para o seu lugar. Embora a maioria de meus irmãos queira se vingar!
E quando pisquei ele tinha sumido, percebi que
não conseguia respirar enquanto ele falava, minha vista estava pesada, minha
pressão baixa, e eu adormeci.
Quando dei por mim, eu estava com uma arma nas
mãos no mesmo parque em que Soraya havia me envergonhado, estava esperando ela,
embora meu eu do bem estivesse gritando para eu ir embora, o meu eu insano
estava esperando por ela, mas naquele dia ela não foi, mas a irmã dela foi, e a
irmã dela se foi desse mundo. Senti prazer em matar, senti prazer em ver a dor
nela. Depois veio a mãe. Por alguma razão, ela não sabia que eu estava matando
sua família, e o pior de tudo, Charlie também não. Os noticiários da tv diziam
que Samantha e a mãe Caroline haviam sido encontradas no mesmo lugar. Eu estava
mais uma vez sentindo repulsa pelos humanos, a humanidade me dava nojo.
Certo dia andando pelas ruas de Nova York, eu
vi Felipe e a babá. A babá da criança foi morta, e a criança ficou comigo,
escondida e segura para o grande dia. Eu estava com o número de Soraya em mãos,
mas não tinha coragem de ligar, quando meu telefone tocou, e era ela, ela
queria falar comigo, me pedir perdão, e o amor por ela ao escutar aquela voz
voltou em rajadas, e eu era um adolescente apaixonado falando ao telefone, mas
por causa desse telefonema eu estou preso. A criança chamou pela mãe e ela
ouviu, eu disse que era a Tv, mas ela não acreditou. Em poucos minutos a
polícia havia cercado o quarteirão. Fugi pela escada de incêncio que fica do
lado de fora do prédio, e desci com a criança no colo, e uma arma pistola .40
na cintura. Eu tinha comprado recentemente um walkman e quando apertei play com
os fones no ouvido, começou a tocar ‘Rosie’ e eu me senti como em um filme e
aquela era a trilha sonora.
Ao olhar para o outro lado da rua, vi Soraya
abraçada com Charlie e aquilo me fez errar, apareci do nada entre todos. Esquelético
e frágil, ouvindo a canção que pulsava em meu ouvido e me fazendo ter coragem
que não deveria ter. Todos me olhavam e Soraya gritava algo, e eu não escutava.
Ela veio correndo, e eu atirei na testa da mulher que eu amava, ela caiu.
Charlie veio em minha direção e eu atirei em sua testa também, mas eu sabia que
havia matado apenas o corpo dele. Matei o pequeno Felipe ao som de ‘One Light Burning’.
Charlie estava em minha frente de mãos dadas com Soraya, e o pequeno no colo
dela.
- Você primeiro pagará com a dor e sofrimento
na terra, quando morrer, o assunto será nosso.
Foi a última vez que os vi, hoje estou preso.
Na cadeia desde 1991, preso há exatos 10 anos. Amanhã, 21 de setembro de 2001
será o dia de minha morte, e levarei comigo várias pessoas.
Charlie conseguiu tirar de mim a coisa mais
importante para mim, e tirarei de várias pessoas o que seria de mais importante
para elas. No momento em que eu for executado, esquecerão da minha morte e
noticiarão o desastre dessa cidade. Infelizmente o Senhor não tirou de mim o
poder de desviar as pessoas do caminho certo.
Infelizmente!
The New York Times,
2015 --
Carta encontrada nas coisas do Serial Killer,
Ricardo
‘The Devil’ Branson.
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